Campanha quer combater violência “sutil” contra as mulheres
Exigências que inibem a liberdade de escolha de roupas ou maquiagens e humilhação pela aparência física. Limitação das relações pessoais ou da liberdade de ir e vir por chantagem afetiva ou outros meios. Esses são exemplos de violência sutil contra a mulher que serão o mote da campanha "16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres" deste ano.
A campanha foi lançada quarta-feira (18), no Salão Nobre da Câmara, pelas bancadas femininas da Câmara e do Senado, a ONG Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento (Agende) e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM).
A coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) explicou que as violências "sutis" são atos de violência moral, psicológica e de controle econômico, entre outros, considerados "normais" ou "naturais" pelo fato de estarem arraigados na sociedade e de não serem claramente percebidos como violência pelas próprias mulheres.
Ela disse ainda que a violência contra a mulher não se manifesta apenas por meio de agressão física ou violência sexual. A violência sutil é mais difícil de ser combatida, mas ela, ao encerrar o seu discurso, apelou a todas as pessoas para rebelar-se contra qualquer tipo de violência.
A campanha, que acontece em 158 países de 25 de novembro a 10 de dezembro, no Brasil começa mais cedo para incluir na programação o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro.
Alice Portugal destacou que a campanha termina no dia 10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos, porque a campanha procura vincular a violência contra a mulher à violação dos direitos humanos.
A representante do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), Junia Puglia, destacou o trabalho da entidade no combate à violência contra a mulher e o trabalho conjunto das diversas entidades e instâncias de poder envolvidos na tarefa de prevenir e erradicar todas as formas de violência contra a mulher.
A diretora executiva da ONG Agende, Marlene Libardoni, também ressaltou a importância da campanha como espaço político para sensibilizar a sociedade e o Estado para o enfrentamento do problema e, consequentemente, o desenvolvimento de novas medidas e políticas públicas de defesa integral dos direitos das mulheres.
Três eixos
Os três eixos da campanha, destacados por Kátia Guimarães, diretora de Programação da Subsecretaria de Enfrentamento à Violência da SPM, são:
COMPROMETA-SE – Você pode se comprometer de forma coletiva ou por meio de atitudes individuais. Não pratique nem tolere nenhuma forma de violência contra a mulher;
TOME UMA ATITUDE – Tome atitudes que alterem a cultura machista e sexista. Se é mulher, não tolere formas sutis de intimidação e coação baseada no machismo. Se é homem, não reproduza condutas de agressão contar as mulheres como se fosse “natural”;
EXIJA SEUS DIREITOS – Diversos tratados internacionais de proteção aos direitos humanos da mulheres e a Lei Maria da Penha são mecanismos legais de combate à violência contras as mulheres. Faça valer esse direitos, sobre do poder público e assuma a luta pelo fim da violência contra as mulheres.
Datas marco
• 20 de novembro (início da Campanha no Brasil) – Dia Nacional da Consciência Negra
• 25 de Novembro (início da Campanha Mundial) – Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres
• 1º de dezembro – Dia Mundial de Luta Contra a Aids
• 6 de dezembro – Dia Nacional de Luta dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres / Massacre de Mulheres de Montreal (Canadá) / Campanha do Laço Branco
• 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos
Da sucursal de Brasília
Márcia Xavier
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