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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Crianças negras ainda são preteridas na hora da adoção

20/11/2011 10:27, Por Redação, com ABr- de Brasília

Três anos após a criação do Cadastro Nacional de Adoção, as crianças negras ainda são preteridas por famílias que desejam adotar um filho. A adoção inter-racial continua sendo um tabu: das 26 mil famílias que aguardam na fila da adoção, mais de um terço aceita apenas crianças brancas. Enquanto isso, as crianças negras (pretas e pardas) são mais da metade das que estão aptas para serem adotadas e aguardam por uma família.

adoção

Atualmente há 4,5mil crianças no Brasil esperando serem adotadas

Apesar das campanhas promovidas por entidades e governos sobre a necessidade de se ampliar o perfil da criança procurada, o supervisor da 1ª Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, Walter Gomes, diz que houve pouco avanço. “O que verificamos no dia a dia é que as família continuam apresentando enorme resistência [à adoção de crianças negras]. A questão da cor ainda continua sendo um obstáculo de difícil desconstrução.”

Hoje no Distrito Federal há 51 crianças negras habilitadas para adoção, todas com mais de 5 anos. Entre as 410 famílias que aguardam na fila, apenas 17 admitem uma criança com esse perfil. Permanece o padrão que busca recém-nascidos de cor branca e sem irmãos. Segundo Gomes, o principal argumento das famílias para rejeitar a adoção de negros é a possibilidade de que eles venham a sofrer preconceito pela diferença da cor da pele.

-Mas esse argumento é de natureza projetiva, ou seja, são famílias que já carregam o preconceito, e esse é um argumento que não se mantém diante de uma análise bem objetiva-, defende Gomes. O tempo de espera na fila da adoção por uma criança com o perfil “clássico” é em média de oito anos. Se os pretendentes aceitaram crianças negras, com irmãos e mais velhas, o prazo pode cair para três meses, informa.

Há cinco anos, a advogada Mirian Andrade Veloso se tornou mãe de Camille, uma menina negra que hoje está com 7 anos. Mirian, que tem 38 anos, cabelos loiros e olhos claros, conta que na rotina das duas a cor da pele é apenas um “detalhe”. Lembra-se apenas de um episódio em que a menina foi questionada por uma pessoa se era mesmo filha de Mirian, em função da diferença física entre as duas.

-Isso [o medo do preconceito] é um problema de quem ainda não adotou e tem essa visão. Não existe problema real nessa questão, o problema está no pré-conceito daquela situação que a gente não viveu. Essas experiências podem existir, mas são muito pouco perto do bônus-, afirma a advogada.

Hoje, Mirian e o marido têm a guarda de outra menina de 13 anos, irmã de Camille, e desistiram da ideia de terem filhos biológicos. “É uma pena as pessoas colocarem restrições para adotar uma criança porque quem fica esperando para escolher está perdendo, deixando de ser feliz.”

Para Walter Gomes, é necessário um trabalho de sensibilização das famílias para que aumente o número de adoções inter-raciais. “O racismo, no nosso dia a dia, é verificado nos comportamentos, nas atitudes. No contexto da adoção não tem como você lutar para que esse preconceito seja dissolvido, se não for por meio da afirmatividade afetiva. No universo do amor, não existe diferença, não existe cor. O amor, quando existe de verdade nas relações, acaba por erradicar tudo que é contrário à cidadania”, ressalta.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

02/11/2011 - IDG: Desigualdade entre homens e mulheres deixa Brasil atrás de 79 países


(Globo.com/Folha.com/Jornal do Brasil/Estadão.com) Graças a uma sensível melhora nos indicadores de mortalidade materna, o Brasil tornou-se um país um pouco menos desigual entre homens e mulheres. É o que mostra o IDG (Índice de Desigualdade de Gênero), indicador complementar ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado no Relatório de Desenvolvimento Humano 2011, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O IDG baseia-se em três medidas - saúde reprodutiva, autonomia e atividade econômica. Em uma lista de 146 países, o Brasil ficou com a 80ª posição.

De acordo com o documento, no ano passado, 110 brasileiras morriam a cada 100 mil nascidos no país; agora, o número é de 58. Um dos aspectos que pesou negativamente foi o fato de o Brasil ter apenas 9,6% dos assentos parlamentares ocupados por mulheres.

Diante desse quadro, o IDG brasileiro ficou em 0,449 em 2011; no ano passado, havia sido de 0,631. O IDG varia de zero a um, sendo que quanto mais alto, maior é a desigualdade entre os sexos.

Apesar da melhora no indicador de saúde, o Brasil recuou na participação das mulheres no mercado de trabalho. O IDG do ano passado mostrava que 64% das mulheres em idade ativa trabalhavam, sendo que esse número caiu para 60,1% este ano, enquanto os homens têm participação de 81,9%.

Pesou também a taxa de fertilidade na adolescência, que permanece elevada: 75,6 para cada mil nascimentos. Esse cálculo é feito de acordo com o número de partos de mulheres com idades entre 15 e 19 anos para cada mil mulheres na mesma faixa etária.

No Brasil, 48,8%s mulheres adultas têm alcançado pelo menos o nível de educação secundária, contra 46,3% dos homens.

Veja também: IDH: Brasil avança, mas em ritmo lento - O Brasil ocupa a 84ª posição no ranking do IDH 2011 (Índice de Desenvolvimento Humano), em uma lista que traz 187 países. O Brasil avançou uma posição em relação ao ano passado e tem desenvolvimento humano considerado alto, segundo o relatório divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Novela pauta mídia sobre violência contra a mulher

Ao dar ênfase a um personagem que agride a mulher, a novela Fina Estampa, da Rede Globo, não apenas aborda o problema da violência doméstica, mas vem pautando a mídia sobre esse assunto. No capítulo de ontem, Baltazar (Alexandre Nero) foi preso ao ser pego em flagrante espancando a mulher, Celeste (Dira Paes).

Para a socióloga Wânia Pasinato, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, e a psicóloga Roseli Goffman, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, a mídia está mostrando que a sociedade não aceita mais esse tipo de agressão e passa a identificá-la como crime.

Ao se verem na TV, as vítimas deixam de se sentir um caso isolado

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Wânia Pasinato
– socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP
(11) 3091.4951 / 9263.8365 - waniapasinato@uol.com.br

“Quando o tema é abordado na novela faz com que as vítimas deixem de se sentir um caso isolado e procurem alternativas para sair da situação de violência. Em geral, essa atitude repercute diretamente no aumento de ocorrências nas delegacias.

Mas é fundamental que a novela avance no debate, para que não haja o falso entendimento de que violência doméstica é só caso de prisão. A mulher tem de denunciar estando ciente de que seu caso não é só de polícia. Ela tem direitos, como apoio psicológico e orientação jurídica. A Lei Maria da Penha prevê, inclusive, centros de atendimento ao agressor, serviço que infelizmente ainda não está sendo implantado como previsto na Lei.”


A novela atinge mulheres que ainda desconhecem seus direitos

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Roseli Goffman
– psicóloga do Conselho Federal de Psicologia e coordenadora de mobilização e organização do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
(61) 2109.0146 - roseligoffman@gmail.com

“A influência das novelas na produção de subjetividade, se são assistidas por crianças e adolescentes, precisa ser continuamente debatida. Depois de exibir a passividade da mulher agredida durante todos os capítulos, a novela Fina Estampa tem a responsabilidade social de exibir ao telespectador essa mulher no alcance dos seus direitos, em seu processo de abandono da passividade para poder recorrer aos recursos que a sociedade lhe oferece e sair da situação de violência.

A televisão é uma rede social que influencia e modela comportamentos e a novela pode produzir uma identificação, não com a mulher que sofre passivamente, mas com aquela que reage à violência ao ser contemplada por seus direitos. Além disso, a audiência das novelas chega a 40% dos brasileiros e, portanto, atinge mulheres que ainda desconhecem seus direitos. Os autores precisam ser assessorados pelos grupos que tornam legítimos os direitos humanos no país para poder transmiti-los.”

01/11/2011 - Pré-natal malfeito e falta de testes fazem HIV avançar entre crianças no Norte e Nordeste

(Folha de S.Paulo) Embora a transmissão do HIV da mãe para o bebê venha caindo no Brasil, a tendência é de alta nas regiões Norte e Nordeste, segundo dados reunidos pelo Ministério da Saúde. Esse aumento é atribuído a pré-natal malfeito e falta de testes de HIV/Aids. No Sul, apesar da queda, a incidência da infecção por HIV entre crianças é a maior do país.

Os dados que apontam a disparidade regional da transmissão da Aids estão no estudo "Saúde Brasil 2010", divulgado pelo Ministério da Saúde.

A taxa nacional de incidência da Aids em menores de cinco anos passou de 5,4 casos por 100 mil habitantes em 2000 para 3 em 100 mil em 2009. No mesmo período, a taxa passou de 1,9 para 4 em 100 mil no Norte e de 1,4 para 2,3 por 100 mil no Nordeste. A feminilização da Aids, pré-natal malfeito e falta da teste de HIV em gestantes podem explicar o maior registro da transmissão vertical do HIV nessas duas regiões.

A incidência do HIV entre crianças de até 5 anos é usada pelo Ministério da Saúde como indicador da chamada transmissão vertical -principal causa de infecção nessa faixa etária, um tipo de contaminação que pode ser evitado com tratamento médico.

"Temos de dar um desconto porque melhoramos a detecção [do HIV], mas não há a tendência de redução que percebemos nos outros lugares. Em um país que oferece acesso universal ao antirretroviral, a gente espera a redução", afirma Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério, para quem os dados são preocupantes.

O Sul segue a tendência de queda, mas manteve a maior taxa de incidência em menores de 5 anos -de 9,4 em 2000 para 5,8 em 2009.

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A meta do ministério é realizar o teste do HIV em 100% das grávidas em 2012 -a universalização consta do programa Rede Cegonha. Pretende-se usar o teste rápido, que detecta o vírus em minutos.

Leia a notícia completa: HIV avança entre crianças nas regiões Norte e Nordeste (Folha de S.Paulo - 01/11/2011)

A UBM-Campos marcou presença na 17ª Conferência Estadual do PCdoB-RJ.

Na primeira foto, da esquerda para direita, Janiara, Fernanda, Gisele, Izabel Pimentel, a deputada federal Jandira Feghali, Vera Maria e Leilza Azeredo.

Segunda foto com a presidente estadual do PCdoB, Ana Rocha e o ex-deputado federal Edmilson Valentim.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Mulheres protestam contra violência doméstica após morte de manicure em Dourados

Alan de F. Brito, de Dourados

Na manhã desta segunda-feira (31), mais um caso de violência doméstica termina com a morte de uma mulher. Segundo a assistente social do Centro Especializado no Atendimento à Mulher, Bárbara Nicodemos, não foi um caso isolado, como indicam os números. O centro atende em torno de 80 mulheres encaminhadas pela Delegacia da Mulher de Dourados, todos os meses.
Não foi a primeira vez que a mulher foi agredida pelo marido, mas foi a última.
A manicure Jamile Letícia de Souza Santos, de 29 anos, moradora do Jardim Canaã I, foi brutalmente assassinada pelo ex-marido em frente aos três filhos. Wander Arantes da Rosa, o ‘Maguila’, de 42 anos, foi a casa onde residia a manicure por volta das 6h00 da manhã de segunda, com o objetivo de se reconciliar com Jamile. Devido às negativas da ex-esposa, Maguila a esfaqueou. As facadas atingiram o rosto, uma das mãos e o peito da vítima.
Vizinhos ouviram os gritos da mulher e ligaram para polícia e SAMU. Segundos eles, a demora no atendimento, tanto da polícia, quanto do SAMU, levaram Jamile ao óbito. A situação revoltou os moradores do bairro nesta terça-feira (01), véspera do Dia dos Finados, durante o velório da manicure, que aconteceu na capela da Associação de Moradores do Canaã I.
O clima de descontentamento era latente e logo surgiram as primeiras demonstrações disso na fala dos moradores: “Falta policiamento e nosso bairro é um dos mais perigosos de Dourados”, afirmou uma das moradoras vizinha de Jamile. A mulher, que não quis se identificar era apenas uma das vozes do coro de moradores que reclamavam também do atendimento que deveria ter sido prestado pelo SAMU, bem como da situação da saúde no bairro e em Dourados. “É um descaso”, diziam os moradores.
Segundo eles o SAMU foi acionado, mas não foi ao local. 45 minutos depois da ligação para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Corpo de Bombeiros chegou ao local. Jamile chegou a ser socorrida e encaminhada para o Hospital da Vida, porém devido à demora e a gravidade dos ferimentos, não resistiu. Segundo informação do atendimento do Samu e do Corpo de bombeiros, não foi possível acessar os dados do atendimento devido ao recesso administrativo por conta do feriado.
Segundo a amiga da vítima e dona do salão onde trabalhava Jamile, Diva Bonvéquio Gravassi, a mulher já havia denunciado o ex-marido, que foi preso, mas devido a insistência dele de que iria mudar de cidade e deixar de incomodar e agredir a vítima, as queixas foram retiradas. “Ela tinha um coração grande demais”, disse a dona do salão. “Isso foi uma tragédia anunciada, a polícia sabia, e nada foi feito para evitar o pior”, disse uma das colegas de trabalho de Jamile.
A radialista Keiliana Fernandes, que era cliente e amiga da vítima, organizou um protesto/cortejo, que percorreu as principais ruas de Dourados, partindo do Canaã I e que se dirigiu ao cemitério Santo Antônio, como um protesto pela falta de segurança das mulheres.
Alan de F. Brito


A casa onde morava Jamile com os três filhos, fechada após assassinato da manicure
Jamile teria acusado o ex-marido enquanto era atendida pelo Corpo de Bombeiros. ‘Maguila’ foi preso na casa de sua mãe, residente do mesmo bairro. Ele continua detido no 1° DP enquanto aguarda remoção para o presídio Harry Amorim Costa. Wander já havia respondido por homicídio em processo do qual foi absolvido. O ex-marido confessou o assassinato da esposa, segundo a polícia civil.