Para a socióloga Wânia Pasinato, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, e a psicóloga Roseli Goffman, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, a mídia está mostrando que a sociedade não aceita mais esse tipo de agressão e passa a identificá-la como crime.
Ao se verem na TV, as vítimas deixam de se sentir um caso isolado
Wânia Pasinato – socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP
(11) 3091.4951 / 9263.8365 - waniapasinato@uol.com.br
“Quando o tema é abordado na novela faz com que as vítimas deixem de se sentir um caso isolado e procurem alternativas para sair da situação de violência. Em geral, essa atitude repercute diretamente no aumento de ocorrências nas delegacias.
Mas é fundamental que a novela avance no debate, para que não haja o falso entendimento de que violência doméstica é só caso de prisão. A mulher tem de denunciar estando ciente de que seu caso não é só de polícia. Ela tem direitos, como apoio psicológico e orientação jurídica. A Lei Maria da Penha prevê, inclusive, centros de atendimento ao agressor, serviço que infelizmente ainda não está sendo implantado como previsto na Lei.”
A novela atinge mulheres que ainda desconhecem seus direitos
Roseli Goffman – psicóloga do Conselho Federal de Psicologia e coordenadora de mobilização e organização do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
(61) 2109.0146 - roseligoffman@gmail.com
A televisão é uma rede social que influencia e modela comportamentos e a novela pode produzir uma identificação, não com a mulher que sofre passivamente, mas com aquela que reage à violência ao ser contemplada por seus direitos. Além disso, a audiência das novelas chega a 40% dos brasileiros e, portanto, atinge mulheres que ainda desconhecem seus direitos. Os autores precisam ser assessorados pelos grupos que tornam legítimos os direitos humanos no país para poder transmiti-los.”
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